Posição, Autoridade e Influência, estas 3 palavras geram confusão, especialmente no ambiente de trabalho. Ao longo de mais de 25 anos de carreira profissional, já passei por diversos tipos de organizações: com fins lucrativos, sem fins lucrativos; grandes, médias e pequenas e também startups, como empreendedor ou como gestor de pessoas — posição esta onde permaneci por mais tempo.
Nestes tipos de organização cansei de ver pessoas buscando uma “Posição” para terem “Autoridade”. Normalmente buscavam uma Posição de liderança ou gestão para poderem exercer sua Autoridade, “poder fazer as coisas do seu jeito”, e com isso ganhar “Influência” na organização.
As pessoas, em geral, buscam posições de destaque nas organizações das quais participam. E isso é saudável!
Essa busca incessante por uma posição de destaque, com efeito, é justificável: nas empresas, os melhores salários, benefícios e autonomia são reservados para posições de gestão e liderança. Nas organizações sem fins lucrativos, as pessoas que ocupam posições de liderança é que exercem influência e tomam as decisões.
A busca por estas posições, entretanto, ocorre por caminhos equivocados. Deixe-me explicar melhor: as pessoas não costumam entender que uma posição de destaque precisa ser a ponta de um iceberg. Ela precisa ser construída ao longo de um processo. Uma posição de destaque precisa ser consequência de um trabalho anterior bem feito.
Uma Posição realmente consistente vem da Autoridade e não o contrário. Autoridade sempre vem antes de uma legítima Posição.
Para ganhar Autoridade, é necessário ganhar o coração das pessoas. Primeiro se ganha o coração para depois ganhar as mãos — o esforço, o comprometimento. Você precisa conquistar a verdadeira autoridade, não pode impo-la.
Não se adquire autoridade simplesmente pelo fato de passar a ocupar um cargo em uma organização. Você até pode ganhar o direito de chefiar pessoas na organização, mas não significa que tenha autoridade. A autoridade é algo concedido. É como um acesso que só se obtém pelo lado de dentro do coração das pessoas.
Ou seja, você precisa dessa “concessão” de alguém para ter autoridade sobre essa pessoa. Como eu disse antes, ganhar o coração.
O exemplo de Jesus é sempre muito inspirador. No evangelho de Mateus, capítulo 7, versículos 28 e 29, encontramos a seguinte declaração: “Quando Jesus terminou de dizer essas coisas, as multidões estavam maravilhadas com o seu ensino, porque ele as ensinava como quem tem autoridade, e não como os mestres da lei.” Veja, Jesus havia conquistado o coração das pessoas em razão de sua sabedoria e graça para ensinar, embora ele jamais tenha tido nenhum título ou posição na estrutura religiosa da época.
Agora você pode estar se perguntando: caramba, como faço para ganhar o coração de alguém?
O caminho para ganhar Autoridade é a Influência, que se conquista pelo servir.
Para ganhar o coração das pessoas, é necessário servi-las. Sim, exatamente isso. Ao servir, você ganha a atenção das pessoas, a simpatia delas. Servindo você ganha Influência.
Mas não é um serviço qualquer! É necessário que o serviço seja com a verdadeira intenção de auxiliar o outro, sem toma-lá-dá-cá.
Só então, se o serviço for genuíno e a Influência positiva, você ganha Autoridade. Exercendo uma Autoridade que edifica as pessoas, que faz bem a elas e não apenas a si próprio, você ganha uma Posição.
Na verdade, nas boas empresas, por exemplo, costumamos dizer que as pessoas promovidas não deveriam ser surpresa para ninguém. Ou seja, quando surge uma oportunidade de promoção, a equipe já visualiza quem é a pessoa que merece a promoção pelo seu histórico construído ao longo do tempo. Quando a pessoa escolhida para ser promovida é surpresa para muitos, significa que o grupo não a legitimou.
Posição, autoridade e influência começam com o servir. O caminho correto, portanto, é este: primeiro vem a “Influência”, depois a “Autoridade” para, como consequência, obter-se a “Posição”. E tudo se inicia com um genuíno “Servir” ao outro.
Trilhando este caminho, que exige constância, você ganhará posições consistentes e legitimadas por aqueles que estão ao seu redor.
E aí, faz sentido para você? Deixe a tua opinião. Um abraço,
