O tema Liderança é um dos meus preferidos, simplesmente porque estamos a todo tempo envolvidos com ela. Ou estamos exercendo liderança, ou sendo impactados pela liderança de outros. Talvez as duas coisas ao mesmo tempo — o que geralmente acontece. E uma das questões mais significativas para um bom líder é entender qual impacto está deixando nas pessoas, afinal liderança também é legado!
Existem inúmeros conceitos de liderança nos livros, mas um me chamou à atenção de uma maneira especial nos últimos tempos, veja: “Liderança é tornar os outros melhores com o resultado da sua presença e garantir que esse impacto dure na sua ausência”, da Harvard Business School.
É comum vermos nas organizações líderes carismáticos, que pelo perfil forte e dinâmico aglutinam pessoas em torno de si, conseguem conduzir projetos vitoriosos e gerar resultado, mas quando saem de cena deixam um vácuo de liderança. Ou seja, não tornaram os outros melhores e não puderam formar sucessores.
Esse perfil de liderança pode ser interessante por algum tempo, principalmente quando iniciamos algo novo e precisamos de alguém com grande capacidade de realização para rapidamente obter algum resultado. Mas no longo prazo tende a ser ruim para a organização e para os liderados, pois não produz maturidade e independência, pelo contrário, gera dependência e insegurança.
Um bom líder faz a equipe brilhar.
Penso que já passamos da fase em que o líder brilhava apoiado na competência da equipe. Liderança ao modo “estrela solitária”. Vejo que precisamos migrar para um modelo mais saudável, consistente e que valorize os talentos e a capacidade de realização da equipe. Acredito em um modelo de liderança que serve e desenvolve as pessoas como fundamento seguro para organizações longevas. Creio que liderança também é legado.
Gosto demais de buscar inspiração na pessoa mais incrível que tive notícia: Jesus. Ele falou, no evangelho de Mateus, capítulo 20, versículo 26, “quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo”. Bem, acho que Ele ensinou dessa forma porque existe uma nobreza sutil em servir. Tão sutil que a maioria não percebe. Só pode servir, verdadeiramente, quem está em posição superior, quem já trilhou os caminhos e já venceu os desafios.
E é isso que se espera de um líder, de fato. Alguém que conduza as pessoas por um caminho que as torne melhores, mais produtivas e mais felizes. Sim, mais felizes. Alguém que desenvolve seus talentos e encontra o lugar certo para fluir com suas competências, certamente será bem mais feliz, bem mais produtivo, alcançará resultados superiores para si e para a organização em que estiver.
Liderança também é legado!
Quem ocupa posições de liderança precisa perceber definitivamente o impacto que causa nos outros. O lugar da liderança não é um espaço apenas para fazer as coisas do seu jeito, para comandar, é mais que isso. Imagino uma migração da figura de um comandante militar para a figura de um maestro, da figura de um rei para a figura de um treinador.
Estou certo que o mundo hoje precisa de líderes. Nada funciona bem sem uma boa liderança, desde uma pequena família até uma gigantesca empresa. Mas precisamos de líderes que inspirem pelo exemplo e promovam as pessoas ao redor, de modo que sua influência positiva seja percebida mesmos depois de sua ausência.
Jesus, para mim o maior líder que já existiu, disse em Lucas, capítulo 6, versículo 44, “Toda árvore é reconhecida por seus frutos.” Precisamos de líderes que invistam nas pessoas, permitindo que elas realizem o máximo de seu potencial. Líderes que frutifiquem. Você tem gerado bons frutos?
Já ouvi muita preocupação sobre: “que mundo vamos deixar para nossos filhos?”, mas eu proponho outra questão: “que filhos vamos deixar para o mundo?” E amplio: que líderes deixaremos nas empresas? Que novos professores estamos formando em nossas escolas? Quais novos líderes deixaremos nas nossas igrejas? Tua própria vida melhora a partir das tuas decisões — você tem liderado bem a si?
Por fim, questione-se: sou uma boa árvore? Afinal, liderança também é legado.
E aí, faz sentido? Deixe teu comentário. Um abraço,
